Me and My DAlegria Frettless

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Bass Solo DAlegria Basses Workshop


My Bass Solo - Electric Bass Workshop DAlegria Basses - Campinas.

Artigo Publicado no Jornal de Meu Bairro Sobre Apreciação Musical

Música e Afetividade


BOA MÚSICA É AQUELA QUE FAZ SENTIDO PARA VOCÊ



Prezados leitores, gostaria de iniciar este artigo com a frase de um grande amigo, mestre e professor, o grande músico Nenê Silva, e que assim o diz: "MUSICA É A CAPACIDADE DE UM HOMEM EXPRESSAR SEUS DIVERSOS AFETOS ATRAVÉS DO SOM".
Dentro de pensamentos nobres como este acima, desenvolvi minha carreira de mais de vinte anos como músico profissional e como professor de música. Como portador de uma “alma de artista”, acabei sendo apreciador também de literatura, cinema e, embora não muito versado, também em artes plásticas. Vi muita coisa ser dita e muitos erros serem cometidos em relação à música, artes plásticas, cinema e literatura, julgando-se obras, autores e frutos de trabalhos sob a égide de um critério comparativo de excelência em cada área, e delegando outros ao esquecimento ou ao “beco dos desimportantes”, como dizia o velho poeta.
Como profissional e como docente da área de Música, aprendi muito cedo o grande valor social e emocional do ensino da música, e o grande poder que a mesma tem de resgatar vidas, expor sentimentos e ser, muitas vezes, o elo condutor dos dispositivos de memória que são associados aos diferentes momentos de nossas vidas. E a importância do “aspecto pessoal” na música.


Como profissional da área, muitas vezes me deparo com este ou aquele artista que é tido como “brega”, ou com este ou aquele estilo musical associado a classes diferentes classes sociais de maneira até discriminatória. Existe gente que, apesar de gostar, me diz não ouvir certo tipo de música porque não quer parecer “brega” ou “cafona”, ou ainda não quer ser associado a determinado setor da sociedade.


Se estudarmos a fundo a história dos movimentos musicais, veremos que, em maior ou menor grau, TODOS os estilos musicais passaram por raízes e origens extremamente populares, da “worksong” escrava do Delta do Mississipi, passando pelas modinhas imperiais e pelas peças musicais aldeãs da Inglaterra medieval e aos cantos percussivos do continente africano.
Sendo assim, não faz sentido você, caro leitor, ter preconceito de qualquer natureza sobre qualquer estilo musical. É óbvio que ouvimos e nos afeiçoamos ao que faz mais sentido a nós, ao grupo em que vivemos e ao que nos emociona. Mas tenha em mente que ouvir uma música sem preconceito é o primeiro passo para abrir sua “janela de entendimento” para realmente vivenciar a experiência única pela qual este ou aquele autor passou ao criar uma melodia e letra sobre determinado tema.
Se você gosta de rock, busque entender como e por que o som das guitarras te move, se você gosta de samba, sinta o ritmo e embarque nas letras festivas ou românticas, ou tristes... Se você gosta de sertanejo, busque entender porque esta música criada nos campos das fazendas brasileiras faz tanto sentido para tanta gente nesse nosso Brasil!
Enfim, as possibilidades são infinitas, tais como o magnífico “Bolero” de Ravel e sua composição dinâmica de volume para orquestra.
Nunca devemos pensar que, se o que gostamos não é o que a maioria gosta, ou se temos opiniões diferentes sobre determinado estilo musical, estamos errados ou não conhecemos o suficiente.






Acredite, a música tem o poder de transformar, erguer e manter sentimentos tão fortes quanto qualquer outra atividade, artística ou não, e se faz sentido a você, é de boa qualidade, pois conversa com sua “afetividade “ pessoal e deixará marcas em sua vida.






Rodrigo Montanhaur
GRUPO DE TRABALHO AÇÕES CULTURAIS
rodrigo.montanhaur@gmail.com
Músico, professor de contrabaixo acústico e elétrico