AULA DE SONORIDADE
A MÚSICA OCIDENTAL
Para estudarmos de maneira completa a sonoridade do contrabaixo, é necessário que estudemos a origem do instrumento, portanto nas próximas linhas teremos um panorama resumido da história do instrumento.
A música ocidental foi estruturada dentro de bases culturais em que o conhecimento musical e a concepção da arte musical obedeciam a certos ideais estéticos, filosóficos e sociais.
Grande parte do conhecimento musical ocidental foi estruturado e sistematizado na Grécia Antiga, e trazido aos nossos dias em função de sua riqueza racional e estrutural.
Através da história, estilos, preferências e concepções musicais foram mudando em função da própria evolução tecnológica, artística, técnica, econômica, geográfica e social das civilizações, onde instrumentos apareciam, viravam moda e sumiam sem deixar vestígios.
E nesse emaranhado de acontecimentos surgiu o primeiro antecessor do contrabaixo como o conhecemos hoje.
Aqui vai um pequeno resumo desta história.
HISTÓRIA DO CONTRA-BAIXO:
O contrabaixo tem suas origens remotas na Baixa Idade Média, período compreendido entre o Cisma Greco-Oriental (1054) e a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos (1453). Descendente de uma família chamada de "violas", que se dividia em dois grupos, violas de braço e violas de pernas, o contrabaixo é hoje o herdeiro maior e de som mais grave deste segundo grupo. Por volta de 1200, o nome gige era usado para destinar tanto a Rabeca, instrumento de origem árabe com formato parecido com o alaúde como a guitar-fiddle (uma espécie de violão com o formato semelhante a um violino).
No Sacro Império Romano Germânico, quase todos os instrumentos eram chamados pelo nome de gige, havendo a gige pequena e a grande. A música executada neste período era bastante simples, as composições situavam-se dentro de um registro bastante limitado e no que tange à harmonia, as partes restringiam-se a duas ou três vezes. Era muito comum, instrumentos e vozes dobrarem as partes em uníssono. Com o passar dos anos, o número de partes foi expandido para quatro, então era desconsiderado. Com esta nova tendência para os graves, os músicos precisavam de instrumentos especiais capazes de reproduzir ou fazer soar as partes graves. A solução encontrada pelos construtores de instrumentos, os luthiers, foi simplesmente reconstruir os instrumentos existentes, mas em escala maior. Ocorre, então, uma evolução técnica e artística de um instrumento em conjunto com a história da música. Assim, a evolução no número de partes da harmonia trouxe a necessidade de se criar outros instrumentos que desempenhassem satisfatoriamente aquela nova função.
De qualquer modo, seu ancestral mais próximo foi o chamado violone, que no início do séc. XVII tornou-se o nome comumente designado à viola contrabaixo, mas apenas na metade do séc. XVII o nome do contrabaixo separou-se do violone. E começou a ter vida própria. Entretanto, até a metade do séc. XVIII o instrumento não era utilizado em larga escala, tanto que em 1730 a orquestra de Johann Sebastian Bach não contava com nenhum contrabaixo. Ainda faltava um longo caminho para a popularização.
Com o desenvolvimento da música popular no final do séc. XIX, principalmente no que diz respeito ao jazz, inicia-se assim a introdução do contrabaixo com uma inovação: ele não era tocado com arco, apenas com os dedos a fim de que tivesse uma marcação mais acentuada. O jazz se populariza e durante toda a primeira metade do séc. XX, o baixo só pode ser imaginado como um imenso instrumento, oco, de madeira, usado para bases e conduções de solistas de vários instrumentos, inclusive também no princípio do blues e do mambo (na época antes da 2º Guerra Mundial), música celta, escocesa, irlandesa assim como também em quase todos os estilos. Até hoje existem na Jamaica grupos de reggae "Root" conduzidos por baixistas acústicos.
Assim foi até que, em 1951, um norte-americano chamado Leo Fender cria um baixo tão elétrico quanto a guitarra elétrica que também criou. O primeiro modelo foi denominado Fender Precision, e o nome não era casualidade: frente aos tradicionais contrabaixos, com o braço totalmente liso, o novo instrumento incorporava trastes, assim como suas guitarras. Parece uma bobagem, mas o detalhe dos trastes faz com que a afinação do baixo seja muito mais precisa, eis aí a origem do nome. Mas a revolução fundamental que representa o baixo elétrico frente ao contrabaixo é a amplificação do som. Se a solução antigamente havia sido aumentar a caixa de ressonância, transformando o violino em um instrumento imenso e com cordas muito mais grossas, desta vez a solução foi inserir uma pastilha eletromagnética no corpo do instrumento para que o som fosse captado. Além do mais, a redução do tamanho do instrumento permitiu aos baixistas transporta-lo com mais comodidade, e poder viajar no mesmo ônibus dos outros músicos portando seu próprio instrumento.
Mas nem tudo seria apenas vantagem, sobretudo para aqueles que tocavam baixo, mas não eram realmente "baixistas". Até então, o contrabaixo era o instrumento que todos acreditavam serem capazes de tocar, principalmente porque de maneira geral, devido à falta de ampificação adequada, fracamente se ouvia, de modo que muitos mais representavam em palco do que realmente tocavam o baixo. A amplificação trouxe à tona quais eram os verdadeiros baixistas.
Deve-se dizer que antes de 1951, na década de 1930, houveram arriscadas e valentes tentativas de se fazer o mesmo, principalmente por parte de Rickenbacker. Mas se mencionei o Precision de 1951 como o primeiro baixo elétrico é porque é o primeiro que se pode considerar como tal, já que o anterior entraria na categoria de protótipos.
Como é lógico, depois vieram outros modelos (como o Jazz Bass, também de Fender), as imitações, etc. Mas o significativo é que você pode comprar hoje em dia um Precision com quase as mesmas características que aquele, pois a maioria dos baixos atuais se baseiam em seu desenho.
Os músicos de jazz e blues, a princípio, acharam a idéia interessante mas mantiveram-se em seu tradicionalismo. Somente muitos anos depois o baixo elétrico seria tão popular no jazz e no blues quanto o acústico. No caso do blues, ele surgiu assim que Muddy Waters introduziu a guitarra neste ritmo, ainda que seu baixista, o mitológico Willie Dixon, usasse um acústico. No caso do jazz, o baixo elétrico só veio à tona com trabalhos como o de Miles Davis.
Nos anos 60, o papel do baixista segue sendo, basicamente, o mesmo que nos anos 50: um suporte harmônico de fundo. A partir de 1967, o baixo elétrico começa a aparecer, fundamentalmente no rock'n roll. Um dos melhores exemplos talvez seja o disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. Aqui já podemos começar a falar de linhas de baixo de temas pop, tal como os conhecemos atualmente. É prova disto o Festival de Woodstock em 1969. Os anos 70 apresentam a maturidade do baixo.
Em 1976 Jaco Pastorius lança seu primeiro álbum solo , "JACO PASTORIUS" - pelo selo Epic records e revoluciona a arte de tocar e conceber o instrumento, inovando totalmente o instrumento e modificando a maneira como todos o enxergavam.
Jaco revolucionou o instrumento e sua influência pode ser vista em todos os grandes baixistas de hoje, de jazzistas como Victor Wooten, Gary Willis, Michael Manring, Marcus Miller, a baixistas como Flea, Les Claypol e muitos outros. A riqueza da personalidade e do espírito musical de Jaco continuará para sempre.
O outro grande baixista do período foi Stanley Clarke, também revolucionário introdutor, juntamente com Larry Graham, da técnica de SLAP, além de ser um completo virtuose no baixo acústico.
Baixistas de outros países também se destacaram na época, tais como Alain Caron (Canadá), Abraham Laboriel (México), Mark King (Inglaterra), etc.
Os produtores começam a prestar mais atenção no potencial do instrumento e o contrabaixo assume uma importância maior, como no surgimento da disco music. É fundamental também o surgimento do rock progressivo, o jazz fusion, o latin rock, o heavy metal, o punk, o reggae, o funk e a soul music, durante um período de cerca aproximadamente 20 anos.
O baixo acústico se limita no mais das vezes aos estilos mais tradicionais e intimistas, como o mainstream jazz, cool jazz, o blues,a bossa nova, salsa, montuno, e ritmos latinos em geral, assim mesmo já rivalizando com o elétrico. E é claro, a popularização do fretless, o baixo elétrico sem trastes.
O surgimento da década de 80 apresenta a maturidade de alguns estilos musicais e o desaparecimento de outros. Percebe-se neste período que o baixo já não é imprescindível, e que pode facilmente ser trocado por um sintetizador. A massificação da dance music (pária da disco music) deixa de lado o contrabaixo, ainda que sua linha ainda esteja presente, mesmo que sintetizada. Mas isto não acontecia apenas com o baixo, mas também com a guitarra e a bateria, já que o sintetizador era o instrumento fetiche do início da década. Para felicidade nossa, esta tendência de trocar todos os instrumentos por um só foi passageira. E os grupos voltaram, sejam eles de rock ou jazz, tanto o baixo elétrico quanto o acústico estavam novamente no palco. Nem todos estavam concordando com a massificação dos sintetizadores, principalmente produtores mais atentos e a mídia em geral, com publicações como a revista Bass Player.
A diáspora teve seu fim. Baixistas voltaram a ser requisitados para gravações, pois músicos, produtores e o público em geral voltaram a valorizar a música ao vivo, tocada por instrumentos reais e não mais somente por sintetizadores.
O jazz começava a abrir um campo especificamente voltado para o contrabaixo elétrico, de modo que este seria o instrumento solista para alguns produtores, resgatando uma tradição há anos esquecida no funk dos anos 70. Na última década do século, nos anos 90, as inovações acontemcem na quantidade de cordas do instrumento, diferenças de timbres, reestruturação eletrônica e diversificação de utilização do instrumento, como bandas punk usando baixo acústico, música eletrônica e acústica misturada... Discos começaram a ser gravados exclusivamente com solistas baixistas ou até exclusivamente formados por baixistas, pois havia um público cativo e fiel! Diversos modelos de baixos começam a ser produzidos, alguns com timbres fantásticos como Factor e outros que simulam o timbre do baixo acústico, os chamados upright electric basses além dos tenor basses, bug basses, mini basses, piccolo basses, baby basses, signature basses... A cara do baixo atual é tão diversificada e multi-interpretativa quanto um quadro cubista.
Embora muitos não acreditem que a música que hoje é tocada na MTV se baseie no estudo, técnica e feeling, raramente vemos coisas grosseiras dentro do acid jazz, por exemplo. Todavia, este final de século ainda nos presenteou com o drum 'n bass, o tecno e as múltiplas variações do heavy metal. Resta saber se estas criações ainda comportaram a criatividade dentro do contrabaixo (ou até mesmo sua existência), ou se o instrumento estará voltado apenas para os campos mais tradicionais da música.
Cabe a você, aluno, distinguir todas estas tendências e fazer de sua cultura musical e educação técnica o canal de refinamento e novas propostas musicais, criando novas linhas, estilos e renovando cada vez mais este instrumento tão novo que é o baixo elétrico.
SONORIDADE
Quando falamos sobre sonoridade, falamos sobre volume, qualidade, clareza , sobretudo RIQUEZA de som.
Este curso foi montado para ajudá-lo a entender o real significado e a real necessidade e das vantagens de um baixista possuir um bom volume de som, um bom timbre e uma boa VOZ no instrumento.
Para isso deve-se atentar para um correto timbre e uma correta impostação das notas, assim como praticar os exercícios adequados para isso.
Esta aula tem como objetivo introduzir o aluno no estudo da sonoridade e do desenvolvimento sutil de seu timbre pessoal, que é o que torna cada baixista único e insubstituível.
Estes exercícios são compostos por duas partes: os primeiros são exercícios de estudo de estilo, e em segundo virão os exercícios no instrumento.
Começaremos falando um pouco sobre o instrumento especificamente, quais os melhores efeitos, marcas, etc...e nada melhor pra isso do que falarmos um pouco sobre a história do instrumento.
O PAI DO BAIXO ELÉTRICO
CLARENCE LEO FENDER. Este novo instrumento foi e ainda é conhecido como FENDER BASS. Foi uma idéia de Leo oferecer aos músicos da época um instrumento preciso e leve, como as guitarras. Sua sonoridade mudou em definitivo a concepção de música em nosso mundo. (THE FENDER BOOK)
Depois de haver inventado, literalmente, a guitarra elétrica com corpo sólido em sua oficina de rádio em 1947, Clarence Leo Fender, com seu pequeno time de auxiliares, começou a conceber, na primeira metade de 1949, um instrumento entre a guitarra elétrica e o grande contrabaixo acústico, utilizado, desde então, por todos os músicos da época. Não somente Fender, como todos os demais baixistas da época, achavam o baixo acústico, além de grande e incômodo (em caso de transporte), deficiente em nível de expansão sonora (apesar de tentativa de amplificar seu sinal mediante a utilização de microfones e captadores "especiais", os resultados obtidos eram sofríveis...).
Leo, além de um profissional extremamente competente, estava sempre em contato com músicos na época, integrando-se, portanto, a suas necessidades, entre as quais, a construção de um instrumento que pudesse substituir o acústico, gerando ainda uma maior expansão sonora.
Leo Fender: - "O primeiro corpo sólido destinado a ser um instrumento musical foi construído em 1943. Nesta época, eu tinha a patente dos sistemas de captadores. Sendo assim, neste período, eu não estava particularmente interessado em sons musicais e sim em captadores!! A amplificação de qualquer sinal me fascinava!!.... O baixo fender foi o próximo passo da evolução após a guitarra elétrica. Foi uma idéia que se tornou uma obsessão..."
..."Nesta época, não existiam cordas de contrabaixo ainda. Sendo assim, nos utilizamos de cordas específicas para o contrabaixo acústico. Tivemos que cortá-las e adaptá-las em nosso projeto. Revestimos as cordas em uma fina liga de aço permitindo assim que o sinal fosse magnetizado pelo imã do sistema de captadores que tínhamos inventado. Mais tarde, iniciamos a fabricação de cordas específicas para nosso novo instrumento..."
..." O principal objetivo de iniciarmos este projeto foi comodidade! - Queríamos um instrumento que o contrabaixista pudesse obter uma maior sonoridade, que fosse confortável de ser tocado e que coubesse no porta-malas de um carro!... Muitos amigos nossos diziam na época: "Leo está completamente louco... Ele nunca vai conseguir vender isto!!... Mas eu tinha uma visão... Estes músicos precisavam de um novo instrumento... E eu iria fazê-lo!!..."
..." O primeiro modelo foi construído no final dos anos 50. Muitos dos músicos quiseram experimentar o primeiro protótipo. Todos tocavam guitarra e não conseguiram entender como executar este estranho instrumento. Um fato curioso também era que os guitarristas, acostumados com a técnica de execução de seu instrumento, não tinham a mínima idéia de como criar "moldes rítmicos" no contrabaixo elétrico, uma vez que todos nunca "ouviram", com a devida atenção, as estruturas rítmicas criadas nas músicas executadas no período. Não se esqueçam: todos eram guitarristas. Muitos dos baixistas acústicos da época solenemente desprezaram o novo instrumento, alegando dificuldade de execução, bem como uma "sonoridade falsa" em comparação ao grande acústico.
As cordas eram afinadas de acordo com os moldes atuais, ou seja, E A D G.
Assim sendo, quando se iniciaram as primeiras incursões do novo instrumento dentro do cenário artístico mundial, ele se limitava simplesmente a repetir o que a guitarra tocava, somente uma oitava abaixo.
O grande trunfo deste novo instrumento era, além do tamanho e maior qualidade sonora resultante, o fato de ter um braço mais curto que o similar acústico, além de possuir trastes, o que facilitava sobremaneira a execução do mesmo. Foi desta forma que Leo Fender, em uma chuvosa tarde de dezembro de 1951, batizou seu novo invento: ... Sim, um instrumento que seja diferente do acústico... Que possua trastes para uma execução "precisa"... É isto mesmo: Um "Precision Bass..."
O resto é história...
FENDER: O INÍCIO DA LENDA...
Fender precision 57: as modificações introduzidas neste modelo são significativas. a captação foi modificada com a introdução de 2 modelos single-coil (substituindo os humbucking do modelo anterior. o pickguard sofreu alterações com a retirada do escudo de abafamento. corpo e braço construído em maple. (the bass book)
No final dos anos 40, a amplificação já desempenhava um papel dominante na música popular americana. Amplificadores, PAS, captadores e a guitarra Fender Telecaster eram os elementos principais de uma tendência rumo à música em um volume mais alto.
Alguns contrabaixistas - limitados a enormes baixos acústicos - instalaram captadores, usando amplificadores adaptados para esse fim. Outros seguiam o exemplo de Les Paul, ou seja, tocando seqüências de baixos nos bordões das guitarras elétricas.
FENDER PRECISION 63
Este modelo introduz o pau rosa na escala. À partir desta data, Leo inicia a produção de baixo com diferentes cores, que eram baseadas nos automóveis fabricados pela dupont.
O primeiro a aparecer com a idéia de um contrabaixo elétrico foi o inventor Clarence Leo Fender. Consciente do problema que os contrabaixistas enfrentavam, Fender começou, em 1950, a trabalhar num protótipo de um contrabaixo elétrico. Ele acreditava que, tornando o contrabaixo um instrumento tocado como a guitarra, ou seja, sustentado por uma correia pendurada, poderia haver uma enorme facilidade não apenas em nível ergonômico, como também com relação ao transporte do mesmo.
O primeiro baixo maciço de Leo Fender - o Fender Precision - entrou em produção em 1951. Em apenas dois anos o instrumento havia se transformado num grande sucesso. O nome "Precision" havia sido escolhido porque o contrabaixo possuía trastes na escala - ao contrário do grande instrumento acústico -, permitindo que as notas fossem obtidas com "precisão". Os primeiros Precision tinham um captador simples e controles de volume e timbre. A partir de 1956, o captador foi dividido em duas metades desalinhadas (single coil), tendo como finalidade minimizar a perda de sinal das cordas, bem como evitar, conforme a região que o contrabaixista executava as notas, que o "ataque" em excesso prejudicasse a sonoridade final do instrumento.
EPIPHONE RIVOLI 60
A companhia epiphone, situada em nova york, era uma subsidiária da gibson inglesa. Este modelo foi construido em 1959, virtualmente idêntico ao modelo gibson eb-2. acústico, de grande sonoridade, teve seus sistemas humbucking de captação substituídos por modelos single-coils em 1970. (the bass book)
PRECISION BASS
Durante os primeiros anos de produção, o desenho do Precision era muito parecido com o design das guitarras Telecaster, como nos modelos construídos em 1953. Em 1954, o corpo foi redesenhado para se parecer mais com a Stratocaster. Desde então, a forma não foi mais mudada. No entanto, em 1968, a Fender lançou o baixo Telecaster, uma réplica quase exata do Precision Bass antes de 1954. As fotos deste instrumento, infelizmente, são muito raras.
FENDER JAZZ BASS
O jazz bass foi lançado em 1960, como alternativa de dois captadores para o Precision. O instrumento ilustrado é um dos primeiros modelos desse tipo; os marcadores de posição são ainda circulares (mais tarde viriam a ser substituídos por retângulos).
O Jazz Bass tem o mesmo comprimento da escala que o Precision, mas o braço é mais estreito na pestana. Muitos baixistas julgam que isso melhora um pouco a tocabilidade do instrumento.
FENDER BASS VI
Este é um baixo de 6 cordas, afinado uma oitava abaixo da guitarra. Introduzido em 1962, tinha três captadores de bobina simples e alavanca de trêmolo. A forma do corpo e a disposição dos controles eram semelhantes às da guitarra Fender Jaguar. No entanto, o Bass VI nunca foi muito popular. A Fender deixou de produzi-lo no início dos anos 70.
BAIXOS GIBSON
A resposta da Gibson ao Fender Precision apareceu em 1953. Foi chamado EB-1, mas a cópia que a Hofner fez dele, - o modelo usado por Paul McCartney no começo dos Beatles - tornou-se conhecido como "baixo violino". Em 1958, a Gibson lançou o EB-2, versão e contrabaixo da guitarra ES-335.
Em 1960 surgiram os modelos de baixos EB-0 e EB-3, com o novo corpo. Em formato SG (solid guitar) com recorte duplo, em forma de chifre. O EB-0 tinha um captador humbucking; o EB-3, dois deles. Quando, em 1963, a Gibson lançou suas Firebird, apareceu o baixo equivalente, o Thunderbird. EB-1 - O famoso corpo em forma de violino era feito de mogno sólido. Na verdade, o corpo não é oco; os orifícios "F" são falsos, simplesmente pintados sobre o tampo.
RICKENBAKER 4001S 1964
O baixo desta foto pertence a paul mccartney (construído para canhotos). Foi dado a ele durante a excursão dos beatles pela américa no meio dos anos 60. paul o usou em diversas gravações, não apenas com os beatles, como também no grupo wings. Este modelo é uma versão americana do original. (the bass book)
BAIXOS RICKENBAKER
A Rickenbaker se destaca como sendo quase tão importante quanto a Fender no desenvolvimento do contrabaixo elétrico. Seu primeiro baixo, o 4000, foi lançado no final dos anos 50. Alguns anos mais tarde, juntaram-se a ele os modelos 4001, 4002 e 4003. Estes novos modelos possuíam, além das características do modelo 4000, saídas em estéreo (uma verdadeira revolução na época!!). Quer ouvir sua poderosa sonoridade? Ouça os primeiros discos da Banda Yes (Yes Album, Fragile e Close to the Edge) e você irá saber o porque do assombro do mundo contrabaixístico quando os lendários Rickenbaker iniciaram sua trajetória dentro da música...
BAIXOS ALEMBIC
Durante os anos 70, a Alembic estabeleceu-se como um dos principais fabricantes de baixos elétricos. Essa empresa foi uma das primeiras a introduzir pré-amplificadores e eletrônica "ativa" em seus instrumentos.
São instrumentos de alto valor monetário em virtude dos mesmos serem fabricados artesanalmente, obedecendo as especificações técnicas mais rigorosas, além de serem usados, em sua fabricação, os melhores materiais e componentes disponíveis.
Além da introdução dos circuitos ativos, a Alembic revolucionou também com relação aos componentes, como led luminosos em forma de diodos embutidos lateralmente no braço dos instrumentos.
BAIXOS FENDER: O próximo passo: MUSICMAN e G&L...
Em 1965, ao vender sua empresa para a CBS, Leo Fender estabeleceu a continuação de seus trabalhos na mesma, pelo período de 5 anos, como um consultor especial no departamento de Pesquisas e Desenvolvimento.
No entanto, Clarence era conhecido por sua obstinação e sua força de vontade de realizar novos projetos. Assim sendo, ele continuou, apesar de trabalhar na CBS, a desenvolver novos projetos pessoais.
Juntamente com George Fullerton, um outro veterano da antiga Fender, Clarence fundou um novo escritório de consultoria com o nome "CLF Research", na qual, rapidamente, foram adicionados mais dois novos membros: Tom Walker e Forrest White, especialistas em amplificação para instrumentos.
Quando Tom decidiu, em 1972, criar a MusicMan, cujo objetivo era propor novas fronteiras para o contrabaixo elétrico, imediatamente pensou que haveria somente um homem para tocar para frente tal projeto: Clarence Leo Fender!
A MusicMan, sem sombra de dúvidas, estava destinada a continuar o espírito pioneiro anterior à "fase CBS". A publicidade da nova empresa enfatizava não apenas a nova construção como também as novas matizes de sonoridades, obtidas com o revolucionário circuito integrado, possibilitando uma nova gama de novos timbres, inexistentes nos modelos Fender.
O advento de novas guitarras e baixos, que apesar de serem construídos com novas tecnologias, conservavam a "grande tradição" dos instrumentos fabricados no passado.
A CLF Research e a MusicMan produziram instrumentos até o final dos anos 80. No verão deste ano, foi criada uma nova empresa com o nome "G&L" (as iniciais dos nomes George e Leo), juntamente com Dale Hyatt. Iniciaram a produção de novos modelos de contrabaixo.
Clarence Leo Fender faleceu em 1991. No entanto, os demais sócios ainda continuam na G&L, sendo que o design destes instrumentos ainda conservam a lendária estrutura criada por Leo Fender através de modelos como o "Stingray"e "Sabre", bem como os modelos LSB-2 L-1000, 2000, El Toro e Interceptor.
Fender Precision Bass... O mundo conheceu um novo instrumento
O primeiro contrabaixo fabricado no mundo. leve, fácil de tocar e principalmente de ser transportado (ao contrário dos grandes baixos acústicos), baseado no design da guitarra telecaster. a foto mostra um dos primeiros exemplares. o corpo foi construído em outubro de 1950 e o braço em novembro de 1951. (the bass book)
O famoso Fender Precision, com um único captador, foi o primeiro contrabaixo elétrico a ser colocado à venda no mercado americano.
O ano: 1951. Preço: US$ 195.50. Mas o lendário Precision Bass, vendido atualmente, é um pouco diferente do modelo 51, já que a Fender mudou o desenho do corpo em 1954.
O P-bass, como é carinhosamente chamado, também soa um pouco diferente do modelo pioneiro, graças ao captador de bobinas separadas que foi instalado em 1957. Claro que seu preço, igualmente, sofreu alterações: um Fender Precision, modelo 57, Vintage Series, está atualmente cotado em US$ 1.900,00 (instrumento em bom estado de conservação). Fora esta alteração, a estrutura básica do instrumento continua a mesma há 46 anos! Isto é algo incrível! Afinal, nenhuma montadora de automóveis coloca à venda carros modelos 1957!
É óbvio que o contrabaixo sofreu algumas modificações ao longo deste tempo todo, sendo as mais importantes os instrumentos construídos em modulus grafite e fibra de vidro, desenvolvidos por Ned Steinberger.
Contudo, desde o Precision, a maioria dos baixos quase não têm sofrido modificações eletrônicas que aprimorem o pioneiro trabalho de Leo Fender. Enquanto os amplificadores se tornavam mais eficientes e a invenção de Fender se difundia entre os músicos, o som do Precision, grave e pesado, passou a não corresponder totalmente para alguns contrabaixistas da época. "Faltam agudos ao Precision" - diziam.
Assim, o próximo passo lógico na evolução do contrabaixo elétrico foi oferecer uma maior resposta às freqüências altas. Dois novos modelos surgiram. O primeiro foi Fender Jazz Bass, que nasceu em 1960. O segundo foi o Rickenbacker 4001, lançado logo depois. Ambos utilizavam dois captadores ao invés de um só e a idéia era dar ao baixista a opção de criar o seu próprio timbre através da mistura dos dois captadores (um para os graves, outro para os agudos). Não por coincidência, o Jazz Bass e o 4001 possuíam braços mais estreitos que o Precision Bass.
Nem o Fender Jazz, nem o Rickenbacker 4001 agradaram completamente. Mesmo não possuindo uma boa resposta para as freqüências altas, o Precision, pelo menos, tinha um som contínuo e encorpado. Os baixos com captadores duplos, por contraste, soavam ricos em todas as freqüências, mas tendiam para certa falta de característica e de peso nos timbres médios. Muitos baixistas, entretanto, tiraram proveito desse som, com destaque para Larry Graham (Sly & the Family Stone) e seus "slaps" com o Jazz Bass e Chris Squire (Yes) com o seu Rickenbacker.
Quando a Companhia Alembic começou a construir guitarras e contrabaixos em 1968, seus engenheiros empregaram circuitos ativos que selecionavam ou filtravam certas freqüências antes do sinal partir para o amplificador.
Em meados dos anos 70, as pirotecnias, de Stanley Clarke, com seu baixo Alembic, causaram sensação entre os baixistas da época, consolidando a utilização dos circuitos ativos em todo o mundo.
Depois de vender sua companhia para a CBS, Leo Fender ajudou a desenvolver, no começo da década de 70, outra lenda: o contrabaixo Music Man. Mais tarde, Leo Fender fundou a G&L, cuja estrela da linha de baixos com circuitos ativos foi o interceptor, cheio de graves e bem educados agudos.
Contrabaixos com circuito ativo não necessitam ter mais botões do que o amplificador, mas às vezes as fábricas ficam mais interessadas no visual do que propriamente no aspecto funcional do instrumento. Tudo não passa de tentativas de refinar o conceito do baixo elétrico, isto é, do pioneiro Precision. Basta folhearmos qualquer revista estrangeira de música para depararmos com toda sorte de coisas. Dos ousados Steinberger ao Clevinger, com um baixo de braço duplo. Também poderemos nos deparar com baixos de 8 cordas. Este instrumento, que possui mais 4 cordas afinadas, 2 oitavas acima da afinação normal, foi fabricado em 1963. No entanto, não foi aceito pelos contrabaixistas da época, em virtude de seu peso excessivo, problemas de afinação e braço muito grosso.
Alguns modelos surgiram com razoável aceitação, como os instrumentos fabricados pela B.C.Rich, com um desenho contemporâneo e um braço inteiriço que atravessa o corpo. Outros bons baixos de oito cordas são os fabricados pela Hammer e Kramer.
Um novo salto da evolução surgiu com os contrabaixos Kubicki XFactor, fabricados por Philip Kubicki em Santa Bárbara, Califórnia. Seu projeto custou 18 meses de trabalho e tudo foi pensado ergometricamente: peso total, centro de gravidade, desenho do corpo... Tudo foi planejado para proporcionar maior comodidade ao contrabaixista. Os circuitos eletrônicos do XFactor possuem sete funções separadas, controladas por dois botões e um seletor rotatório. Um outro fator interessante de sua construção são os dois trastes adicionais na corda E (Mi bemol e Ré), abrindo, na época, novas fronteiras para os músicos.
O Kubicki XFactor pode ser ouvido e admirado nos trabalhos em vídeo do contrabaixista Stuart Hamm, onde são obtidas grandes variedades de sonoridades e timbres, mediante a utilização das técnicas de Slap e Tapping, além do trabalho de Vail Johnson, sueco componente de longa data da banda do saxofonista Kenny G.
Em 1982, através do visionário Joe Zoon, foi criada a Zoon Guitars and Bass.
Atualmente, o modelo "State of the Art" é o Zoon Hyperbass fretless, desenvolvido por e para ser utilizado por Michael Manring.
Este instrumento excepcional possui dispositivos Hipshot em cada tarracha para reafinação instantânea em qualquer tom, ponte com microafinação em dois níveis de ajuste para até dois tons, além de saída estéreo com plug de oito pinos (dois para cada corda) e braço inteiriço feito em grafite e fibra de carbono (não existem tensores - este tipo de braço não sofre oscilações como os demais instrumentos).
CARPE DIEM
Rodrigo Montanhaur