Me and My DAlegria Frettless

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segunda-feira, 14 de maio de 2007

Coluna

Esta coluna será publicada no site dos contrabaixos D'Alegria

Eis minha primeira.


URL do Site: http://www.dalegria.com/pt/columns_001.html


Como Estudar Sem O Instrumento

Vamos falar um pouco sobre esse assunto que é motivo de tanta polêmica no meio acadêmico: é possível, e se possível, é produtivo estudar longe do instrumento? É possível aprender e memorizar, melhorar técnicas e linhas apenas com o exercício da mente pensando sobre o contrabaixo, naquelas horas em que você precisa estudar uma peça, ou linha, ou mesmo um trabalho para o curso, e simplesmente está há quilômetros do instrumento, em viagens ou compromissos correlatos?

Em minha experiência de cerca de vinte anos como músico, atuando nos mais diversos segmentos e trabalhos, afirmo-lhes categoricamente: é possível sim estudar a distância, estudar longe do instrumento.

Obviamente devemos levar em consideração os métodos e tarefas, que não podem ser executados, uma vez que ainda não foram sequer lidos, e muito menos interpretados. Mas podemos estar sempre “pensando” sobre o instrumento, exercitando-nos mentalmente e estudando, por exemplo, digitações de escalas por todo o braço do baixo, pensando no braço do baixo de maneira milimétrica, ou seja, em cada casa, e qual nota especificamente ela representa, bem como os modos gregos, fundamentos teóricos já memorizados ou ainda não memorizados, a questão das cadências e de como elas soam. Estudando linhas de baixo, ouvindo atentamente um bom instrumentista tocar, quer seja ao vivo ou em CD.

Lembro-me de que, muitas vezes, quando estava viajando e alguma turnê ou mesmo em pequenas viagens de trabalho, e em meio a toda aquela rotina de passar som, ensaiar, preparar repertório, dava sempre um jeito de pensar em um exercício mental sobre como conhecer profundamente o braço, as escalas, a intrincada e bela arquitetura dos acordes, as teias densas e compactas, mas ao mesmo tempo belas da improvisação, enfim, as linguagens e multifacetados estilos que o baixista brasileiro deve dominar, se quiser ganhar a vida como músico.

Portanto, meus queridos, quando estiverem viajando a trabalho, sem tempo, ou quando seus filhos e sua rotina de trabalhos e obrigações não os deixarem “namorar” nosso querido instrumento, mantenham-se sempre interessados, construindo linhas, visualizando arpeggios, escalas, frases de slap, notas mortas e todo o nosso maravilhoso repertório contrabaixístico, sem pegarem no instrumento, ou ainda, mesmo se estiverem cansados a ponto de não conseguirem sequer pensar em teorias e técnicas, pensem em seu baixista predileto, naquela frase emocionante ouvida e repetida muitas vezes... deixem a música fluir através de seus ouvidos até chegarem em suas veias, pois o estudo, a aplicação e, sobretudo, a paixão pelo instrumento, começaram em suas mentes e corações, antes de fazerem parte efetivamente de seus dedos.

“CARPE DIEM”



Rodrigo Montanhaur

3 comentários:

Deco disse...

Concordo em genero, numero e grau Rodrigo!

Eu mesmo dificilmente tenho tempo hábil pra pegar no baixo e "tirar" as músicas pra minha banda ou pra fazer exercicios de escalas. Geralmente vou memorizando através da ajuda de mp3 player, e fico fazendo o desenho da mão esquerda apoiado em qquer coisa q possa me ajudar nessa tarefa... :)

Muito legal a coluna! Parabéns mestre!!

Unknown disse...

É isso aí Deco....quanto tempo hein ...

Mas este artifício de memorização e de estudo do braço é muito eficiente em situações como esta que descreveu.

Obrigado pela interessante informação e um abraço

Rodrigo Montanhaur

Margareth Reali disse...

Rodrigo
Bela iniciativa criar um Blog cultural.
Vou indicar para as pessoas lerem sobre a história do contra-baixo.
abs
Margareth Reali